14/09/2020

experimentações de beleza em casa durante quarentena podem virar uma tendência? Entenda os riscos


Muitas pessoas, durante esta quarentena, começaram a fazer procedimentos estéticos em casa... mas você já parou pra pensar que alguns deles podem trazer certos riscos? Com isso em mente, conversamos com médicos dermatologistas para saber os detalhes do que pode ser mais prejudicial à nossa saúde.

Vale a pena conferir o que esses profissionais disseram. Vem!

A indústria da beleza está mudando rapidamente em resposta à pandemia do novo coronavírus. Em um novo relatório da empresa de dados Poshly, foi revelado que os varejistas de cosméticos e os profissionais de serviços de beleza enfrentam desafios sem precedentes para manter seus negócios funcionando normalmente. Além disso, estima-se um impacto duradouro no setor, uma vez que os consumidores podem se tornar menos dependentes de profissionais de beleza como resultado do coronavírus. “O distanciamento social e a quarentena estão levando as pessoas a serem criativas. Acho que a razão pela qual veremos isso ter um impacto a longo prazo é que, mesmo depois que a crise do COVID-19 terminar, o que esperamos é que as pessoas continuem sendo muito cautelosas sobre suas experiências com os provedores de serviços”, diz o relatório. Mas será que, realmente, podemos decretar o fim de serviços importantes, como depilação, maquiagem e até saúde da pele?

Definitivamente, não. Aprender o autocuidado é realmente fantástico, mas somente um especialista que estudou para realizar determinada função é capaz de exercê-la com segurança. “Além da questão estética, de não se conseguir o mesmo resultado profissional, temos que considerar também os riscos com soluções caseiras”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr. 

Por que não trocar a depilação a laser pela cera?

Segundo o Dr. Abdo, se você estava fazendo depilação a laser, o melhor é continuar apenas aparando os pelos, já que os métodos que tiram o pelo até a raiz vão dificultar a ação do laser quando o tratamento for retomado. Pode-se usar lâminas ou cremes depilatórios, mas tome cuidado para não deixar o produto agir mais tempo do que o necessário: isso pode queimar a pele. “Mas nenhum método é tão eficaz quanto o laser. Hoje temos diversos equipamentos, inclusive com tecnologias como Solon Multiwave ou Solon Diodo, que são eficazes em diversos tipos de pelo e não causam incômodos”, afirma o médico.


Posso pintar ou descolorir o cabelo em casa?

O resultado não será de salão. Para um momento de isolamento social, isso é possível. Quando o isolamento social terminar, é melhor buscar ajuda profissional: “A primeira coisa que precisamos saber é que o processo de descoloração e de coloração com amônia danificam a proteína capilar e podem deixar o couro cabeludo mais sensível. O descolorante, quando aplicado de maneira errada, pode gerar sérios danos aos fios”, afirma a Dra. Kédima Nassif. Se você se aventurar a fazer isso no isolamento, para evitar problemas, o ideal é usar luvas e seguir todas as recomendações do rótulo.


Vale a pena comprar uma fórmula pronta para queda capilar?

As pessoas ficam desesperadas quando percebem que estão perdendo cabelo e, geralmente, recorrem a vários remédios, tópicos ou orais, vendidos sem receita, antes de visitar um dermatologista ou tricologista. Nesse aspecto, muitos produtos que costumam abusar do marketing, levam vantagem em um primeiro momento, mas nem sempre o resultado é garantido. “O ideal é sempre procurar um especialista, que vai realizar uma avaliação, diagnosticar o que está realmente causando a queda e indicar o melhor tratamento para o seu caso, seja ele por meio de suplementos, medicamentos, loções, aplicação de laser ou LED, ou tratamentos em clínica como microagulhamento e mesoterapia”, afirma a dermatologista e tricologista Dra. Kédima Nassif. Por exemplo, muita gente decide tomar biotina por conta própria: “Estudos mostraram que pessoas profundamente deficientes em biotina têm problemas com a produção capilar, mas também têm muitos outros problemas neurológicos de saúde. A probabilidade de um indivíduo saudável ter uma deficiência de biotina que está causando queda de cabelo é pequena", diz a dermatologista. Medicamentos, estresse, deficiência nutricional, excesso de Vitamina A, maus hábitos, desequilíbrio hormonal e genética... enfim, são várias as causas da queda capilar e o tratamento varia de acordo com a causa, mas, afinal, como os dermatologistas fazem para diagnosticar a perda de cabelo? “O médico age como um verdadeiro detetive, fazendo perguntas numa investigação aprofundada, cujas respostas devem ser fiéis à realidade. O dermatologista vai querer saber se a queda de cabelo aconteceu repentina ou gradualmente; quais medicamentos você toma; quais alergias você tem; e se está fazendo dieta. As mulheres podem ser questionadas sobre seus períodos menstruais, gestações e menopausa”, diz a Dra. Kédima.



Os perigos do tratamento antiacne sem prescrição

A acne é uma doença inflamatória cutânea que tem causa multifatorial e, se um dermatologista não for consultado, o corpo pode não responder tão bem ao tratamento. Na verdade, pode haver até mesmo um processo de piora: o chamado efeito rebote. “Existem alguns produtos que secam demais a pele, dando a impressão do controle da oleosidade, porém o sistema biológico desenvolve mais óleo para dar o equilíbrio necessário. Este desenvolvimento com produção de mais óleo é chamado de "efeito rebote" e, associado à descamação da pele causada pelo ressecamento, aumenta o acúmulo da acne, piorando o processo infeccioso e formando comedões”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal. Além disso, em alguns casos, o médico pode indicar limpeza de pele feita por esteticista, que ajuda a limpar os cravos. E, acredite: espremer o seu cravo em casa não é a mesma coisa que limpeza de pele. “Isso por que, quando você espreme um cravo, pode estar na verdade empurrando o sebo e as bactérias para o fundo do poro causando inflamação e até mesmo uma espinha. Podendo evoluir para uma cicatriz. O ideal é que a extração seja feita por uma profissional através da limpeza de pele para diminuir o risco de inflamações, ao invés de alastrar o problema ainda mais”, afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff.



Rugas e manchas em casa

“Esse é um momento delicado e não devemos apostar em medicamentos sem a orientação dermatológica. Os ácidos, retinoides e alguns clareadores, como hidroquinona, não devem ser usados neste momento, pois esses ingredientes contam com algumas reações adversas muito perigosas”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr. Esses ativos são utilizados sempre com a prescrição e orientação do dermatologista. “Eles não substituem tratamentos em clínica, mas seu uso domiciliar, orientado pelo médico, potencializa os resultados. Mas, aventurar-se em seu uso, sem prescrição médica, pode resultar em mais manchas, ressecamento e piora da qualidade do tecido cutâneo”, afirma o Dr. Abdo.

Fontes:

DR. ABDO SALOMÃO JR
Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia. Professor universitário, Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coréia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior.

DRA. CLAUDIA MARÇAL
É médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). É speaker Internacional da Lumenis, maior fabricante de equipamentos médicos a laser do mundo; e palestrante da Dermatologic Aesthetic Surgery International League (DASIL). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas - SP.

DRA. KÉDIMA NASSIF
Dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo. www.kedimanassif.com.br

DRA. PAOLA POMERANTZEFF
Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. http://www.drapaola.me/

4 comentários:

  1. Tânia15/9/20

    Sim acredito que muitas coisas nao devem ser feitas em casa, mas nessa quarentena aprendi a tingir o cabelo em casa e posso dizer que foi libertador!

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  2. Jussara16/9/20

    Eu arrisquei fazer muitas coisas nessa pandemia e sei que não voltarei aos salões tão breve

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  3. Carla Oliveira17/9/20

    Eu tenho um pouco de medo de fazer qualquer tratamento pra pele em casa, mas ao mesmo tempo estou com medo de ir ao médico. Estou com muitas espinhas, que tristeza essa vida

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  4. Luana Silva18/9/20

    Parei que encanar com a deplição nessa quarentena isso é o que fiz de diferente.
    As vezes sinto que nada voltará a ser como antes. Sinceramente estou sem vontade de ir a esses lugares de beleza.

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